Este texto é dirigido especialmente à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas – responsável por classificar os filmes para a maior premiação do cinema mundial. O Oscar é um dos prêmios mais cobiçados do meio cinematográfico e hoje abordarei o caso que gerou polêmica em todo o mundo: Oscar So White.
É fato que os negros não têm visibilidade em muitos meios na sociedade, principalmente nos meios midiáticos. Nas telas do cinema, dificilmente encontramos negros que atuam como protagonistas, a não ser que eles estejam representando a realidade -árdua- de sua história.
Como no caso do filme “Beasts of No Nation”. Esse filme retrata a história de um garoto que, por consequência da guerra em seu país, viu a morte de seus pais e foi em busca de sobrevivência. Assim, ele encontrou um grupo que o ensinou a sobreviver em meio ao conflito. Idris Elba e Abraham Attah foram indicados a várias premiações, sendo Idris ganhador de duas de suas indicações, pelos prêmios: Screen Actors Guild como melhor ator coadjuvante e Independent Film Spirit Award como melhor ator coadjuvante também.
Para amenizar a situação de polêmica, convidaram um apresentador negro –comediante- Chris Rock para fazer comentários. Todos esperavam que Chris abordasse abundantemente a realidade que a premiação “sofria” no momento: a quase ausência de negros nas indicações. Porém, Rock agiu de maneira pacífica em relação ao caso, fazendo singelas críticas que não foram aprofundadas em seu discurso.
Acredito que os organizadores do Oscar sentiram a “obrigação” de colocar como apresentadores de categorias artistas negros, em sua maioria, para deixar claro que a Academia “reconhece” o talento de todos eles. Houve alguns artistas negros que se recusaram a comparecer a premiação como uma forma de resistência, como no caso da atriz Jada Pinkett Smith e do diretor Spike Lee, o fato gerou controvérsia por ser a segunda premiação consecutiva que poucos negros são indicados ao Oscar.
Em 2015 houve filmes com sucesso de bilheteria em que negros atuaram e que estavam na cota de indicações, mas que foram, ao final rejeitados. Entre esses filmes, estão atores como: Michael B.Jordan em “Creed Nascido para Lutar”; Idris Elba em “Beasts of No Nation” e Samuel L.Jackon em “Os Oito Odiados”.
Mesmo após abolição da escravatura, negros continuam sendo tratados como inferiores pela sociedade. Em todos esses anos, negros tiveram pouca –ou quase nenhuma- representatividade nos compôs midiáticos. É fato que temos grandes atores negros qualificados a receber a premiação de tamanha grandeza, mas o maior fato existente é que mesmo tento qualidades, os negros ainda são invisíveis aos olhos da sociedade. Vivemos em um mundo onde o preconceito se baseia pela cor da pele, um preconceito pigmentocrático e o Oscar este ano – e em tantos outros- utilizou o colorismo para se exaltar.
Por Betânia Evangelista
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