As Abelhas e por que elas são Importantes

Por Felipe Souza Cury, Pietra de Oliveira Ehrhardt e Profa. Bárbara Matos da Cunha Guimarães


            Por que as abelhas são importantes?

Antes de responder a essa pergunta, vamos começar falando a respeito de quem são as abelhas. 

As abelhas são insetos polinizadores naturais!  Ou seja, seres que realizam polinização. Para além disso, as abelhas, como nós humanos, têm 5 sentidos (audição, olfato, tato, paladar e visão). E já foram catalogadas mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo, de vários tamanhos, cores e comportamentos. 

Esses insetos se alimentam ​principalmente de pólen, néctar e de mel (no caso das abelhas que têm colônias). No entanto, dependendo de sua função na colmeia, podem nutrir-se por outras fontes, como é o caso da rainha recém nascida, de uma espécie chama abelha-do-mel (Apis mellifera); ela come algo chamado “Geleia real”, cujo nome justifica sua função: ajudar a larva a se tornar rainha.

Dentre os insetos, podemos diferenciar as abelhas devido às características específicas: som que fazem, formato do seu corpo, cores, tamanho e pelo. Sim, as abelhas têm pelos que servem como sensores para identificar as correntes de ar, perceber correntes eletromagnéticas e proteger contra a poeira e água. 

Didaticamente, dividimos o corpo da abelha em três partes: cabeça, tórax e abdômen. 


Disponível em: http://www.saudeanimal.com.br/anatomia-das-abelhas/

- O abdômen:  é onde está localizada a vesícula melífera (que transforma o néctar em mel), boa parte dos órgãos vitais e o ferrão em algumas espécies (que é seu mecanismo de defesa). 

- O tórax: é onde estão localizados os órgãos de locomoção da abelha (asas e pernas). A abelha tem quatro asas e seis pernas. É importante destacar que cada um dos três pares de pernas possui uma função: o primeiro par de pernas é forrado por pelos microscópicos que servem para limpar as antenas, os olhos, a língua e a mandíbula; o segundo é usado pela abelha para limpar os grãos de pólen do seu corpo e posicioná-los nas estruturas de transporte; e o último par de pernas é responsável, de maneira geral, pelo transporte de pólen, graças a uma estrutura chamada corbícula nas abelhas sociais (quando tem o formato de uma bolsinha) ou  escopa nas abelhas solitárias (quando é uma escovinha). 

- A cabeça: é onde estão os órgãos sensoriais, aqueles que a orientam para saber o que se passa a seu redor. Os grandes olhos compostos guiam a abelha em seus voos e também captam as cores das diversas e diferentes flores.  Na cabeça também está localizada uma língua alongada que serve para extrair o néctar, e, em alguns casos, o pólen da flor.

Mas você sabia que nem todas as abelhas produzem mel?!

Algumas espécies de abelhas, de hábito solitário, ou seja, abelhas que não pertencem a uma colônia, não produzem mel. Comumente essas abelhas solitárias são maiores que as sociais. Para além disso, nesse tipo de organização, a abelha (solitária) é responsável por todas as funções no processo de gestação e alimentação dos filhotes na fase larval, não sendo necessárias operárias, rainha e a produção de mel para alimentação das larvas. 

Como é feito o mel? E por que só abelhas sociais o produzem?

Para o mel ser produzido, é necessário o trabalho colaborativo de uma quantidade enorme de abelhas. A produção do mel inicia-se quando as abelhas pegam o néctar das flores e fazem, em sua boca, um processo para retirar a água do néctar, por isso ele fica tão viscoso. Em seguida, elas cospem a substância nos favos de mel (ou potes de mel, depende da espécie). Nessa etapa é que o mel está pronto para alimentar os filhotes das abelhas (ou nós pegarmos para comer, desde que respeitemos a produção das abelhas e deixemos alimento suficiente para elas).

“Obs.: não precisa parar de comer mel só porque é vômito de abelha rs...”

Abelhas são seres muito importantes para nossa vida cotidiana e para a de todos os animais. Essa informação se dá na sua função no processo chamado polinização, quando elas transportam o pólen de uma flor a outra, o que leva à formação de frutos. É fato que a polinização também pode acontecer por meio do vento ou da água, mas os animais, como as abelhas, são responsáveis pela a maior parte desse processo. Portanto, se as abelhas forem extintas ou migrassem para outro local, nossa alimentação seria muito prejudicada, assim como os ambientes naturais, como as florestas.

Como a polinização realmente acontece?

As flores têm estruturas masculinas (anteras) que produzem os grãos de pólen (que são os espermatozoides das flores) e estruturas femininas (estigma) onde ficam os óvulos. Quando um grão de pólen entra em contato com a estrutura feminina de uma flor, ocorre a fecundação do óvulo, que vai se desenvolver para fruto. A abelha, ao visitar as flores, acaba levando grãos de pólen da antera de uma flor para o estigma de outra e estimulando a produção de frutos.

Ciênciamais 6º ano: 2011

Será que elas realizam polinização de propósito?​

A resposta é: não! Mas, as flores, ao longo do seu processo de evolução, “aprenderam” a disponibilizar um pouco do pólen, que gruda nos pelos da cabeça e das costas das abelhas; portanto, quando a abelha visita outra planta da mesma espécie transporta os “espermatozoides” de uma flor para outra.

Nem todas as abelhas ferroam

Isso mesmo! Algumas espécies de abelhas não ferroam, como as arapuás e as jataís, que são nativas brasileiras. Mesmo que culturalmente são chamadas de “sem ferrão”, essas espécies têm ferrão, mas seu desenvolvimento não é igual aos demais, por isso, não têm capacidade de ferroar. 

É verdade que se uma abelha ferroar, ela morre?

Infelizmente essa é uma realidade das espécies de abelhas sociais que ferroam. Isso acontece porque o ferrão da abelha é grudado perto do intestino e, quando ferroam, o ferrão e parte do intestino são arrancados do corpo delas no movimento de desprenderem-se do “inimigo”, provocando sua morte.​ No entanto, esse fato não é verdade para as abelhas solitárias. Pela característica biológica dessas abelhas, o ferrão não é perdido no momento em que precisam se defender, portanto elas podem “ferroar” mais de uma vez. 

        Dica: Se você vir uma abelha com ferrão, não a incomode, já que isso afeta não só a sua segurança, mas a da abelha também.

Mesmo sem ferroar morrem milhares de abelhas!

A “perda” do ferrão não é a única forma de morte das abelhas. Infelizmente, a poluição, o desmatamento, os agrotóxicos podem matar, de forma não natural, milhares de abelhas no mundo inteiro. E a diminuição das populações de abelhas provoca um desequilíbrio muito sério ao ecossistema; por isso precisamos repensar a nossa relação com o meio ambiente, que muitas vezes leva a processos de degradação ambiental. Nossos atos deliberados, sem análise das consequências, fazem mal a todos os seres do planeta. Não pense só em si mesmo, mas também em todos a sua volta, plantas... animais...

O Projeto Nossas Abelhas 

Entre os meses de junho e agosto de 2021, realizamos um projeto sobre abelhas na Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (Eseba/UFU). Nesse projeto tivemos várias aulas sobre esses insetos polinizadores. Aprendemos como são, o que fazem, por que são importantes, como percebem o mundo e outras coisas mais. Além disso, pudemos realizar uma pesquisa científica tendo as abelhas como objeto de estudo.

Na nossa pesquisa, recolhemos do site iNaturalist fotografias das espécies de abelhas comuns na cidade de Uberlândia, como também do país e do mundo.  A partir dos dados coletados, afirmamos que a abelha mais fotografada no Brasil e em Uberlândia é a abelha-do-mel.

Foi possível identificar, também desbravando os dados desse site, que mais de 1 milhão de pessoas fotografaram abelhas no mundo e, que somente no Brasil, são mais de 10 mil fotógrafos de abelhas.  Desse número, 42 pessoas fizeram registros de abelhas na cidade de Uberlândia. 

Você também pode colaborar para conhecermos melhor as abelhas da nossa cidade! Se inscreva no site https://www.inaturalist.org/users/sign_in e comece a fotografar as abelhas que você encontrar!

Siga nosso projeto – Abelhas de Uberlândia:

https://www.inaturalist.org/projects/abelhas-de-uberlandia  



 



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