Nem sempre a lei condiz com a realidade

Atualmente, o Brasil apresenta índices alarmantes em relação ao abandono escolar e a falta de interesse por parte dos alunos nos estudos, esses fatos decorrem de vários problemas na vida escolar e familiar do aluno. O Estatuto da Criança e do Adolescente defende os direitos dos jovens, mas infelizmente as leis propostas não fazem parte da realidade de muitos brasileiros, o artigo 53° é um exemplo de direito no papel, e por isso o escolhi como uma forma de criticar o governo brasileiro e mostrar a realidade dos estudantes de nosso país. 



De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, especificamente artigo 53°, todos têm o direito à “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”, mas em primeiro lugar não existe igualdade de condições, pois o Brasil é um dos países que apresenta uma desigualdade econômica muito acentuada, onde a maioria da população é pobre, sendo a única opção para estudo as escolas públicas que, em sua maioria, não oferecem infraestrutura e qualidade de ensino adequada. 

Enquanto a minoria da população, devido às condições, desfruta do bom ensino de uma escola particular, a maioria pobre enfrenta as dificuldades diárias e não possui escolas que fornecem a mesma qualidade, ou seja, a relação de desigualdade no país continuará sendo hereditária, se as crianças e adolescentes não tiverem oportunidades iguais e se a sociedade continuar com os olhos fechados em relação à importância do estudo. 

É direito de todo estudante ser respeitado pelos seus educadores de acordo com a lei, não é possível generalizar, pois a relação professor aluno é muito variada e particular dependendo do caso, mas podemos dizer que deveria haver um rigor e uma atenção maior à convivência tanto do professor com o aluno quanto deste para com colegas de classe que muitas vezes cometem e sofrem o bullyng, assunto este muito sério, mas omitido por quem sofre e convive com essa situação. Atualmente o “Fantástico” disponibilizou reportagens de especialistas que identificaram casos de bullyng em escolas públicas do país, revelando-nos o desfalque e a despreocupação das escolas com os alunos, agressões físicas e verbais são traumas que uma criança leva para a vida inteira e que pode causar depressão, abandono escolar e outros fatores. 

Os alunos podem contestar os seus direitos em relação ao método de estudo recorrendo às instâncias escolares superiores, mas na realidade eles não são incentivados a usufruírem do seu direito de modo consciente. Pela influência de nossa cultura os jovens são levados a não discutirem e não refletirem sobre os novos métodos de ensino. Ao contrário, essas instâncias superiores tentam tornar tudo mais fácil para os alunos não ocuparem seu tempo. O mesmo acontece com os coordenadores que descartam a opinião dos alunos, levando em consideração que se estes fossem ouvidos, sentiriam-se motivados para novas propostas e discussões em relação á escola. 

Todos têm o direito de participar das reuniões das entidades estudantis, mas raramente os alunos têm a possibilidade de discutir sobre os assuntos da escola; são poucos os interessados e poucas são as oportunidades para se discutir esses assuntos, na verdade na maioria das escolas públicas do país não existem essas reuniões com os alunos. 

Também é direito dos pais ou responsáveis estarem cientes dos assuntos relacionados á escola, é importante a participação e a opinião deles para a melhoria do ensino e de outros aspectos, mas infelizmente os pais, devido à cansativa rotina de trabalho, não estão disponíveis para as reuniões escolares e não estão acompanhando devidamente o ensino ministrado na escola de seu filho. 

A partir desta discussão, desmembrando os tópicos do artigo 53°, suas promessas e seu modelo prático é possível perceber mudanças que devem ser feitas nas escolas públicas brasileiras e a dificuldade desses alunos pela falta de oportunidade de executar funções nos cargos altos, destinados à nata da sociedade que obteve outra realidade escolar.

Por Yasmim Freitas

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