Deixe a neve cair: Uma resenha de Natal ❄


Deixe a neve cair: Contos de Natal

Por Isabella Freitas
 e Isabelle Alves



A maior tempestade de neve já vista ocorre na véspera de Natal, parando voos, quebrando trens e juntando realidades distintas de adolescentes que passam por diversas aventuras interligadas ao longo do enredo de “Deixe a neve cair”, livro escrito por John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle.

A obra é dividida em três contos, começando por “O Expresso Jubileu”, de Maureen Johnson. Jubileu é uma garota inteligente de namorado perfeito e pais fanáticos pela Cidade do Papai Noel Flobie, “uma série de peças de cerâmica colecionáveis que você combina para formar uma cidade”. O vício dos pais de Jubileu pela Cidade do Papai Noel Flobie os leva para a cadeia, pois um tumulto na loja da Flobie na véspera de Natal acaba com cinco prisões.

Jubileu pega um trem para a casa de seus avós e conhece Jeb, seu colega de assento traído pela namorada que está indo se reconciliar. Um trem quebrado, um grupo de líderes de torcida barulhento e uma Waffle House quentinha fazem Jubileu sair do trem e conhecer Stuart, que ao longo do enredo se torna um grande amigo confidente que a fará repensar seu namoro com Noah.

Após a saída de Jubileu e Stuart, a Waffle House recebe as líderes de torcida com uma festa e o dono, Keun, convida Duke, JB e Tobin para participarem, desde que tragam um Twister para as garotas. Desta forma, em “O Milagre da Torcida de Natal”, conto por John Green, acompanhamos a corrida dos três amigos até a Waffle House – e aqui é importante lembrar que uma imensa nevasca ocorria e três adolescentes atravessavam a cidade em um carro não preparado para o clima, tudo em prol de chegar antes dos demais convidados.

A jornada dos três é repleta de empecilhos, mas o autor não deixa de incluir humor e romance ao longo do texto. No fim do conto somos levados de volta a Jeb, que não consegue falar com a ex-namorada do Waffle House. Assim, Lauren Myracle teletransporta seus leitores para a vida de Addie em “O Santo Padroeiro dos Porcos”.

O último conto é o menos humorístico e mais voltado para o romance, com Addie se lamentando por Jeb, seu ex-namorado, não ter ido encontrá-la. A personagem tem de deixar sua tristeza de lado quando promete a melhor amiga ir buscar seu mini porco. Uma série de aprovações acaba com – finalmente! – o encontro dos três mundos.

Tobin e Duke vão juntos ao Starbucks onde Addie trabalha. Logo em seguida Stuart e Jubileu entram, e Addie vai atendê-los. Stuart chama Addie, e Tobin reconhece como o nome da namorada de Jeb, que Jubileu acrescenta ser o garoto que conheceu e usou seu celular para ligar a Addie. Tobin cita a mensagem de Jeb, que está vindo. É quando o sino da porta toca e todos os personagens, enfim, interagem entre si.

Os três autores trabalharam em harmonia impecável – em uma entrevista à editora ROCCO inclusive contaram das horas no telefone trocando ideias e acertando detalhes. O livro inclusive ganhou adaptação cinematográfica em 8 de novembro de 2019 pela Netflix, dirigido por Luke Snellin.

O filme começa com pequenas cenas dos personagens em seus respectivos dramas que mais tarde se encontram, assim como no livro. Dorrie (Liv Hewson) admira um porquinho, Addie (Odeya Rush) stalkeia o namorado no Instagram, Stuart (Shameik Moore) grava uma música em um estúdio, Jubileu (Isabela Merced) lê a carta de aceitação da Columbia University in the City of New York, Duke (Kiernan Shipka) e Tobin (Mitchell Hope) compram discos e Keun (Jacob Batalon) planeja uma super festa.

As cenas do filme são desenvolvidas de forma que as histórias, contadas inicialmente separadamente, se juntem e todos os personagens dialoguem entre si. Novas amizades (e até mais que amizades) se formam, decisões importantes são tomadas e sentimentos são tragos à tona, tudo isso com uma “festa de natal” organizada por Keun.

Ao longo do filme são abordadas questões importantes que precisamos ser lembradas: implorar atenção de quem não se importa, não fazer tudo ser sobre si mesmo e ser sincero sobre os próprios sentimentos com si mesmo e com outras pessoas. Embora a adaptação cinematográfica seja diferente do livro, em alguns aspectos, ainda vale a pena dar uma chance para o filme, sobretudo se você gostar de clichês e finais felizes de filmes natalinos.

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