Coronavírus: (quase) tudo o que você precisa saber



      Por Isabelle Alves


Dezenas de trabalhadores protegidos com máscaras na estação de trem Shinagawa, Tóquio, em 28 de fevereiro. Fotografia: CHARLY TRIBALLEAU (AFP)

              Nos últimos meses, a nova epidemia global vem sendo o assunto mais noticiado pela mídia, pesquisado na internet e temido pela sociedade. As informações em excesso não só prejudicam mentalmente os receptores, como também espalham muitas notícias desatualizadas ou mentirosas. Faz-se necessário, então, filtrar aquilo que vemos, consumir com moderação e procurar sempre confirmar a veracidade e atualidade da fonte.
A própria nomenclatura do vírus é fator de confusão e faz-se necessário, então, compreender a diferença entre “coronavírus”, “Covid-19” e “Sars_Cov_2”. Muitos noticiários trazem estes termos como sinônimos, mas cada um tem sua definição. O coronavírus é uma subfamília de vírus (Coronavirinae) pertencente à família Coronaviridae, que recebe esse nome por ter uma forma semelhante a uma coroa (“corona” é coroa em espanhol). Já a Sars_Cov_2 é o vírus com o qual estamos lidando, recebendo esse nome por ser uma variação do vírus Sars_Cov, que significa Síndrome Respiratória Aguda Grave – Coronavírus (o primeiro nome usado foi temporariamente 2019-nCoV). A Covid-19 é, portanto, o nome da doença causada por esse vírus.
Acredita-se que tudo começou em Wuhan, China, numa feira de animais vivos, onde se vendia frutos do mar, cobras, morcegos, sapos, dentre outros. Não se sabe quem foi o “paciente zero”, mas enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) sustenta que o primeiro caso ocorreu em 8 de dezembro, há outros casos datados de até 17 de novembro. A província chinesa de Hubei, no primeiro dia de 2020, contava com 381 casos confirmados, mas quase duas semanas depois, reconhecia apenas 41.
Essa incerteza quanto aos verdadeiros números se encontra também no Brasil. Entre outros países, o Brasil testa apenas aqueles internados em quadros graves e com sintomas das doenças, mas os testes demoram dias ou até semanas para ficarem prontos, e há casos em que os sintomas não se manifestam, como o da jovem brasileira de 13 anos que não apresentava sintomas, mas havia chegado de uma viagem internacional e testou positivo.
Sendo assim, há mais de 1,3 milhão de casos confirmados no mundo e 74 mil mortes. O Brasil tem, hoje, 13 mil infectados e 667 mortos. Considerando o que foi dito antes, é impossível saber os números verdadeiros e sequer dados aproximados.
Os sintomas principais são tosse seca e febre, mas o infectado pode desenvolver distúrbios gastrointestinais, oftalmológicos e nos sentidos do olfato e paladar, como conjuntivite e diarreia. A transmissão se dá, principalmente, por meio da saliva, de espirros, acessos de tosse, superfícies contaminadas e contato próximo, e, por isso, as recomendações são lavar as mãos ou usar álcool em gel, cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir utilizando a cobertura do antebraço, manter o ambiente bem ventilado, não compartilhar objetos pessoais e, principalmente, ficar em casa, evitando aglomerações.
Mesmo com todos os esforços de cientistas, pesquisadores e especialistas, a “cura” ainda não é uma realidade próxima, e medicamentos ainda experimentais para a doença possuem efeitos colaterais graves – como a cloroquina, usada em casos mais graves por indicação médica que pode causar cãibras, perda da visão periférica e até a morte.
Portanto, por enquanto, a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é para que os que podem se mantenham em casa, lavem as mãos com frequência e se atentem a possíveis sintomas.  Se o indivíduo apresentar sintomas comuns de gripe ou resfriado, como febre leve, dor de cabeça, incômodo na garganta, coriza e dores no corpo deve permanecer em casa, em isolamento social. Os indivíduos que apresentem dificuldade respiratória aguda, os casos mais graves, devem procurar imediatamente o sistema de saúde.

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