Apartheid significa separação em africâner, a língua oficial da África do Sul. O termo se refere a uma política racial implantada no país. De acordo com esse regime, a minoria branca, única com direito a voto, detinha todo poder político e econômico no país, enquanto a imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à legislação separatista.
A oposição ao apartheid teve início de forma mais intensa na década de 50, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra criada em 1912, lançou uma proposta de desobediência civil. Em 1960, a polícia matou 67 negros que participavam de uma manifestação. O Massacre de Sharpeville, como ficou conhecido o evento, provocou protestos em diversas partes do mundo. Como consequência, a CNA foi declarada ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi preso em 1962 e condenado à prisão perpétua.
Com o fim do império português na África (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco na África do Sul entrou em crise. Esses fatos intensificaram as manifestações populares contra o apartheid. A Organização das Nações Unidas (ONU) tentou dar fim à política praticada no país. O então presidente Piter Botha promoveu reformas, mas manteve os principais aspectos do regime racista.
Para atenuar o isolamento do país, o governo sul-africano concedeu alguns direitos aos não-brancos no final dos anos 1980. Entre 1990 e 1991, o governo chefiado pelo presidente Frederik de Klerk revogou a maior parte das leis do apartheid. Em 1994, todas as raças puderam votar numa eleição nacional, na qual Nelson Mandela foi eleito presidente. O apartheid acabou, mas seus efeitos persistem. A intolerância racial deixou marcas profundas na África do Sul, que podem ser sentidas até hoje.
Por: Igor Cortes
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