Mulher chora?

Eu choro sim. Muito. E sim: eu sou mulher. Sinto na pele, toda vez que faço isso na frente das minhas amigas, o que os homens “chorões” sofreram e ainda sofrem por conta do famoso clichê que diz que homens não choram. Como estamos no nosso mês, de todas as mulheres, meninas, moças, adultas e idosas, vim falar desse estereótipo que tanto me irrita.

“Sério que você está chorando por causa disso? Para! Você é forte!”, quantas milhares de vezes você já ouviu isso de alguma amiga? Ou então, “Por causa dele? Mulher que é forte não chora por causa de homem! Pode parar”. Mulher não chora porque ela não é fraca como os homens pensam, ela é muito é forte, multitarefas, sofre sem soltar um piu ... e todo o resto de adjetivos que a onda feminista ama nos atribuir.

- Ué Isabella, você não apoia a igualdade entre gêneros?

Apoio sim a igualdade, porém não apoio nenhum dos novos “moldes de mulher” que as feministas pregam. “Tem que ser independente”, “não pode chorar por homens”, “tem que trabalhar fora”. Qual o sentido de todo o movimento se só vamos mudar o ditador?

Chorar é só um de vários exemplos de novas imposições colocadas sobre nós. Agora me diz, quem foi que disse que chorar te faz mais fraco? Chorar te faz humano. E independente da razão, se é um homem ou uma mulher ou qualquer outra coisa, isso não faz de ninguém inferior. É claro que as pessoas reagem às diferentes situações de diferentes maneiras. Alguns vão chorar, outros vão guardar aquilo para si... enfim não é o fato de você ser mulher ou homem que vai dizer como irá passar pelas situações do dia-a-dia.

E se a mulher não quiser trabalhar fora? E se ela quiser? E se ela não quiser ter filhos? E se a mulher chorar ao fim de um relacionamento? E se ela não chorar? E se o homem chorar ao assistir um filme romântico? E se ele chorar no final de um relacionamento? E se ele quiser ficar em casa cuidando dos filhos? E se ele não quiser ter filhos? Escolha dela e escolha dele! Essas escolhas não podem ser massificadas pelo machismo ou feminismo, essas escolhas são tomadas por cada um, independente de gênero, de acordo com sua formação histórica, social, política e cultural. Essas escolhas são uma das coisas que fazem cada ser humano único.

Afinal desejamos igualar os direitos, não a personalidade, para que sejamos iguais nas diferenças.

por Isabella Damaceno